LEITORES

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JANELA SOBRE O ESPELHO

Escorre o sol e leva os restos de
sombra deixados pela noite.
As carroças puxadas por cavalos
recolhem,
de porta em porta,
o lixo.
No ar,
a aranha estende seus fios de baba.
Parafuso caminha pelas ruas de
Melo.Na aldeia, é tido por louco.
Ela leva um espelho na mão
e se olha com a expressão fechada.
Não desgruda os alhos do espelho.


      __O que você está fazendo, Parafuso?
      __Estou aqui.__responde.__
      __Controlando o inimigo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NÃO ME DEIXE SÓ

Tenho medo do escuro,
e dos temores maiores o
maior é te perder.


Tenho medo da morte,
E das mortes mais dolorosas
a maior é que seu amor morra por mim.


Tenho medo da solidão,
e da angústia mais profunda
a maior é não ter você por perto.


Tenho medo do silêncio,
e do vazio mais extremo
o maior é não ouvir tua voz.


Tenho medo de estar perdido,
mas estarei bem
se em qualquer lugar
estiver com você.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PERFIL

Por onde passo as chamas
se apagam. e o limbo onde 
repouso é casto.


Sou, de todos os homens: o mais solitário.
De todas as ervas: a mais amarga.
De todos os amores: o mais falso.
De todos os disfarces o mais perfeito.


Sou um homem cansado,
mais para mim não existe leito.
Fujo demim mesmo, mas o espelho
está na minha frente.


Sou um alicerce de um edifício
prestes a desmornar.
Sou meu próprio abismo 
e nele me atiro de olhos fechados.
Estou aqui para suportar
o peso essêncial do
Amor Profundo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

LUXÚRIA

Entegar-se de olhos fechados
aos lábios de uma mulher.
Afogar-se
no profundo mar de desejo.
A pela queima.
Seu corpo pelo meu corpo.
Nada mais além
do fogo que nos consome.
Nada mais além
do medo de perder-se e
não querer voltar.
São dois corpos e uma só carne.
São duas almas que se tocam.
São dois corações pulsando juntos.
São eternos momentos de prazer.


        SOMOS EU E VOCÊ!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

EROS LÚDICO

Quero a ilusão dos olhos
de quem me vê.
Quero o leito dos afagos de
insano prazer.
Quero a solidão das noites
que pensei em você.
Quero as palavras que
nunca falei.
Quero teus abraços e teu
punhal cravado em minhas costas.
Quero fazer aquelas perguntas 
que não tem resposta.
Quero me perder a tua
procura.
Quero estar doente.
Quero que você seja minha cura.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

DOR

Essa dor que me desatina;
Essa dor que me consome;
essa dor que me desrói;
Essa dor que nunca some.

Essa dor dos desvairados;
essa dor sobre-humana;
Essa insuportável dor;
Essa dor que me faz sofrer.

 Dói entro de mim
a dor do amor,
a dor de desejar a quem
naõ posso ter.

Essa dor poética e lírica,
A dor dos impossíveis segredos
a dor que suscita os medos,
a dor de quem suspira.

  __Essa dor... é a dor
                            que me inspira.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

NA MINHA FALA

Na minha fala há um vácuo
em cada pausa feita,
tudo é instante e demora 
em passar.


Na minha fala naõ há cálculo
nos momentos de reflexão,
tudo é improviso e difícil
de imaginar.

Na minha fala há presságios
do tempo,
tudo se redime e integra-se
na incerteza.


Na minha fala não há rumores 
das vésperas,
tudo encerra-se no baú
dos sonhos de 
um viajante das palavras.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

AMOR PLATÔNICO

Como tecer um soneto 
de amor, com suas verdades 
absolutas e surreais?


Amor asssim é platônico
demais para seres comuns.


Essa amor de antíteses
e ironias imortais. Esse
amor que aniquila a razão.


Como um amor sendo mais
que impossível se concretiza em versos?


Melhor seria se esse amor que
onde mais do que os corpos
tocam-se as almas...
pela menos uma vez fosse carnal
pelo menos uma vez
um soneto de amor
ascendido em chama...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A ESTÉTICA DA ARTE

Uma escultura sem título.
__ Eu sou assim mesmo:
incompleto.


Um desenho mal acabado.
__ Eu sou assim mesmo:
incompleto.


Uma poesia de estilo haiku.
__ Eu sou assim mesmo:
inalterado.


Um vocábulo no dicionário
__ Eu sou asssim mesmo:
inalterado.


Uma tela de estilo dadaísta
__ Eu sou assim mesm:
incompriensível.


Uma poesia concretista
__ eu sou assim mesmo:
incompriensível.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

MEU IMORTAL

Nunca existiu alguém
capaz de me fazer querer existir
para sempre.


Nunca existiu alguém que
me fizesse nos seus pensamentos
ser um imortal.


Nunca me deram uma flor de prata,
nem uma rosan de metal,
nunca me deram algo que
não murchasse.


Nunca me devolveram meu
cavalo de pedra.


Nunca me deixaram realizar
as loucuras que planejei.


Estou sem meu altar secreto.
   Só me resta o  que é eterno:
                                                            __VOCÊ...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O REI DOS MISERÁVEIS

O rei dos miseráveis 
cavalga em seu cavalo
de pedra.


Ele está vestido de
uma manto irreal.

O rei dos miseráveis não tem 
súditos ou servos
que lhe auxiliem.
Não tem exército,
Nem reino para defender.


Tudo que ele póssui é sonho.
todos os seus sonhos são ilusão.


O rei para em algum
lugar,
mas nunca se lembrará da
rota ou do 
destino que ele escolheu.
                       

domingo, 17 de outubro de 2010

FILOSOFIA

A estrela próxima
__Tudo está longe.


O tempo curto
__Tudo éninstante.


O espelho cego
__Tudo está contemplado.


O destino absoluto
__Tudo é futuro


DENTRO DE MIM...
                                                  

sábado, 16 de outubro de 2010

JANELA SOBRE OS CICLOS

As pessoas feitas de milho, fazem
o milho. As pessoas criadas da 
carne e das cores do milho, cavam
um berço para o milho e o cobrem 
de boa terra e o limpam das ervas
daninhas e o regam  e dizem a ele
palavras de amor. E quando o milho
está crescido, as pessoas de milho
moem sobre a terra e o erguem e 
o aplaudem e o ombalam no amor do 
fogo e o comem,
para que nas pessoas de milho,
o milho
continue caminhando sobre
a Terra
sem morrer... 
                               

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CIDADE DO SILÊNCIO

         Estamos amordaçados
                  de olhos fechados
        alçados a sorte 
                      dos outros.
                               Domos obrigados
              a viver no eterno silencio.
                                            Submetem-nos
                        a fazer coisas ilícitas.
                                    Obrigam-nos a construir
                               cidades
                                  não alicerçadas
                                           cidades sem cor
                       sem vida     sem música
                                                 pertencemos e ela 
                     contra nossa vontade.
                                         Estamos sitiados 
                                no silêncio.

                                                           

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

MEDÍOCRE

Vivo esta noite
como uma perpétua 
prisão.

aqui me encerro
esperando o tempo que
tarda em passar.

Delírios não bastam ,
pois o manto do tédio
cobre-me. Fujo, mas não
há escape.

Esta noite é reflexo
da vida insana. Do
caminho que escolhi
quando estava cego
de prazer carnal.

É difícil enfrentar,
difícil de dizer, mas
a minha rara existência
lúcida
está num denso vazio
que a noite guarda
em silêncio.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

VISÃO

Uma casa simples e 
pequena.

Livres fragmentos de 
cores
de sons
de figuras singulares.

Uma alma que desperta 
pureza.

Esa é a luz no interior 
do espelho. Essa é a 
estrela solitária
das noites sem luar.

O que é tão puro que
nem simplesmente existe.

     Essa visão tive nas 
       noites de  vigília.

                                            

domingo, 10 de outubro de 2010

JANELA SOBRE AS MANCHETES DAS PÁGINAS POLICIAIS DA IMPRENSA LATINO-AMERICANAS

Cego de ciúmes transformou 
doce menina em almôndega de sangue.

Suicidou-se despencando do oitavo andaaaaaaaaaaaar.

POR BEBER DEMAIS
VIRA HOMOSSEXUAL!

Roubado quadro de artista cega
que pinta de ouvido!

FLOR POÉTICA

As flores saltam
abismos  abstratos.

saltam vales inóspitos.

Saltam montanhas de problemas.

Saltam os buravcos sem fundo.

saltam tudo e 
mais um pouco.

     Mas,há... uma 
         flor caiu
         nos abismos abstratos
         outra nos vales inóspitos
            outra na montanha de problemas
            outra no buraco sem fundo.
         Só sobrou uma flor...
              (A FLOR POÉTICA).

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

BREVE CARTA

O amor fere
a alma do amante.

O amante sofre por
amor.

O amor causa dor
e a dor é incessante.

O amor é i ortal,
porém mata.

Assim como as letras
de uma breve carta,
onda um amante
apaixonadoabre o coração,
busca o perdão da amada
desesperado.


O amante é cativo,
mas está preso por vontade.
O amante é o poeta.


Esta carta é a sua única verdade.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

NESSES CABELOS

Nesses cabelos repousam 
uma rosa vermelha.
Eles se refletem no 
mesmo espelho de prata.


Nesses cabelos macios e
de tranças delicadas
estão gravados os toques
de minhas maleáveis mãos.


Nesses cabelos longos
fitei meus olhos
castanhos claros.


Nesse cabelos frios
e presos senti
o profundo desejo de 
pertence-la de novo.


Esses cabelos me 
atraem pra dentro
de ti. 
Num rumo que me leva 
para dentro do 
teu coração.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

MINHA FLOR LILÁS

A minha flor lilás
plantei num jardim invisível.


Cuidei com zelo
de suas pétalas
delicadas e hipnotizantes.

A minha flor, 
a única que prende-me,
e me afsta de mim 
mesmo.

O Universo da minha flor
é oculto e belo.
Ela sempre se abre
sob um sol amarelo,
sob um céu azul.

Ah! minha flor lilás
por ela me desfaço,
e junto em mim mesmo
cada pedaço.

Com ela cada instante 
é eterno.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

LEIGO

                Na manhã seguinte
                  não 
               haverá 
                    chuva.


                    Apenas o pranto
                        interior
                                será
                                   infindo.


                                             ................................____


                       Mas enquanto 
                        fazemos uma
                     previsão oculta
                       de algum futuro


                 nada 
                          mais é
                                         feito.

domingo, 3 de outubro de 2010

OLHOS

Entender o instante
silêncio. O puro momento 
inalterado. O momento agravado.

Entender e aceitar o 
tempo é apenas olha-lo,
depois refletir em seu
próprio espelho.

A visão se constrói
abstrata: apenas uma
tela brancopoética faz
surgir as reais e absolutas 
metamoforses.

Comtemplar o instante
sem entende-lo.
Reconstruir
instante sem olhar no
passado.

Meus olhos fatais
e invisíveis
hipnotizam
seres e prendem almas
no irreal instante.

sábado, 2 de outubro de 2010

ANJO

Um ser puramente
cobre o universo
e cintila luz 
no breu.

Fado justo ao ser
que perde-se nas
palavras
e encontra-se 
no mistério.

Suas asas castas
nunca ficam exauridas
mesmo com infinita
jornada.

Místico e obediente
o sr puro revela-se
esporadicamente aos
privilegiados.

Único e sacro ser
que guarda tesouros
intactos.

   Invisível, mas real...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

JANELA SOBRE A CHEGADA

      O filho de pillar e Daniel Wainberg
      foi batizado à beira-maar.
      E no batizado, ensinaram a 
      ele o que era sagrado.

            Recebeu um caracol.
    __Para que aprenda a amar a água.

            Abrirama gaiola de um pássaro preso.
    __Para que aprendam a amar o ar.

           Deram a ele uma flor de gerênio.
    __Para que aprenda amar a terra.

           E deram uma garrafinha tampada.
    __Não abra nunca, nunca. Para
        aprender a amar o
           mistério.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O SONO

O sonho cai 
nítido em noites 
aparentemente
simplórias.


A realidade
inventeda em
faces-homens irreais 
e sarcástico.


Vida transitória
nas núvens
profundas na 
parada da ilusão.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ARTISTA PLÁSTICO

Criar os símbolos
inquestionáveis.

Atribuir a um objeto
uma significação sobrenatural,
venerada e 
inquestionável.

Um fetiche: analisar
a mediocridade das coisas.

Atribuir as imagens
a arte  inexistente.

Um objeto em si não
é arte, mas sim 
o significado atribuido
a ele.

 um artista recria
suas formas e significados
inexatos.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

JANELA SOBRE A CIDADE (PARTE 2)

                         Estou sozinho na cidade
                            estrangeira, e não conheço
                              ninguém, e não entendo
                                      a  língia que falam. Mas  alguém
                            brilha, de repente, no meio
                              da multidão, como de repente 
                                    brilha uma palavra perdida
                                 na página ou uma graminha  
                                         qualquer na cabeleira
                                                                  da terra...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O POETA APENAS...

Alguém bate a porta,
buscando acolhimento.
Não há quem a abra,
não há quem revele o segredo.

O estrangeiro chega,
buscando acolhimento.
Não há quem o abrigue,
não há quem mostre refúgio.

O estranho pede ajuda,
buscando acolhimento.
Não há quem o receba,
não há quem mostre auxílio.


O poeta busca resposta,
mas só encontra mistério.
Não há quem o esclareça,
não há quem mostre lucidez...

domingo, 26 de setembro de 2010

UM FOGO

Um fogo uni corpos
matéria fundi-se
exala pureza.

Um fogo é inércia
consome-se 
em nada absoluto


Um fogo nunca estéril
inutiliza formas e 
seu metal
em cinza.

Um fogo em síntese
meteamorfoseia estátuas
vivas e anula 
sígnos.

sábado, 25 de setembro de 2010

CANÇÃO IMPOSSÍVEL

Os que vivem puramente
entre os tempos
importúnuos de inspiração.

Os que fazem sonhos
entre um múrmurio 
de pensamento.


Os que andam cegamente
entre labirintos
de solidão.


Os que navegam sem rumo
entre mares
nunca desvendados.

Os que ouvem vozes
entre a multidão
do seu próprio silêncio.


Os que desenham formas
e rotas inalteradas
no seu invisível interior.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O CÉU E O OCEANO

O oceano de cabeça para baixo;
(o céu).
O céu de cabeça para baixo;
(o oceano).

Um céu de memória,
um oceano de pensamento,
Procuro-me na história,
Estou no ar, ou no firmamento?

Meus pés soltos,
Minhas mãos desgarradas, 
Ando...por essas ruas 
que não ten chão.

Um céu de memória,
Um oceano de pensamento,
O oceano: minha água;
O céu: meu alimento.

         __Estou na ar, ou no firmamento?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

POEMA DE LUCIDEZ

Um dia, 
achei que era poeta; me anganei.
Vi que minhas 
dúvidas e minhas inexatas complexidades
cobriam-me 
ao ponto de perder-me 
dentro de mim.

Fui labirinto.__tive delírios.
__Voei sem ter asas.
Mas poeta (que sou),
não encontra respostas,
apenas instaura dúvidas.

Em um dia lúcido
meditei entre um e outro
aspectro de memória e pensamento,
concluí, então:


Era homem, comum,
como outro qualquer.

Mas ser poeta...é a minha essência
As palavras nascem ... dou vida a elas...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CANÇÃO SIMPLES

Na manhã que desperta
espero uma frágil 
cantiga de segredos simples.

Espero ouvir cantigas raras
que me trazem ao acolhimento,
onde as vozes são discretas.

Na manhã que desperta
esperover a última estrela
antes do sol nascer.


Assim a vida que começa incerta,
cheia de sombras, brilha
na tempo certo de crescer...

domingo, 19 de setembro de 2010

IMACULADO

      Procuro
            a arte inviolável
                      do não saber
       onde os imaculados
                     convivem e a 
                           pureza reina
                                    onde os corpos
            insípidos    intocáveis
                              se deixam e as 
                    mentes se enxergam
          onde a chama é inerte
                               e não queima
                              onde os insípidos vales
                        se unem
                                   para formar
                       a ideia infinita
                                       de escrever
                                                 com perfeição...
                           

sábado, 18 de setembro de 2010

EXEMPLOS

__Minha fala é
lúdica
lúcido espectro 
de pureza...


__Minha fala é
arquiteta
desmembrada no 
vácuo...


__Minha fala é
canto interior
refletido em
espelhos...


__Minha fala é
impossível
altar dos
segredos...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

JANELA SOBRE O CORPO

      A igreja diz:
               O corpo é uma culpa.
  
      A ciência diz:
               O corpo é uma máquina.

      A publicidade diz:
               O corpo é um negócio.


 O
      corpo
                diz:
                      Eu sou uma festa.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

RECRIAÇÃO

As estrelas e fontes
rubras
jorram uma única essência.
Puramente escoam-se
entre seus becos em 
forma de labirinto.
Tramam entre si
a impossível fuga.
Penetram entre outros
universos e recriam
novas formas do
ser absoluto.
Não mais estrela
nem fonte, integra-se
com almas e corpos
singulares.
Nova essência
fluindo o
irreal propósito
da vida...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

JANELA SOBRE A UTOPIA

Ela está no horizonte

__Diz Fernando Birri
.
__Me aproximo dois passos,

ela se afasta dois passos.

Caminho dez passos e

o horizonte corre dez passos.

Por mais que eu caminhe,

jamais a alcançarei.

Para que serve a utopia?

Serve para isso:para caminhar...

sábado, 11 de setembro de 2010

JANELA SOBRE AS DITADURAS INVISÍVEIS

A mãe abnegada exerce a ditadura
da servidão.

O amigo solícito exerce a ditadura 
do favor.

A caridade exerce a ditadura
da dívida.

a liberdade de mercado permite 
que você aceite os preços que lhe são 
impostos.

A liberdadede opnião permite que
você escute aqueles que opnam
em seu nome.

A liberdade de eleição permite que
você escolha o molho com o qual
será devorado.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ROSA ANTIGA

Antigamente uma rosa
frondosa e
elíptica  desprendeu-se.

Uma rosa perdeu 
suas pétalas.  Pétalas que
se desprendem
continuamente num ciclo
de desprendimento.

Antigamente uma rosa
elegante e 
cheirosa .  Apenas a 
antiga rosa   rosa,
a bela... atrai-me para
dentro de mim.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

JANELA SOBRE AS PROIBIÇÕES

                            Na parede de um botequim de
                           Madri,
                           um cartaz avisa:PROIBIDO CANTAR.
                          Na parede do 
                           aeroporto do
                          Rio de Janeiro
                          um aviso informa:PROIBIDO BRINCAR
                               com os carrinhos porta-bagagem.
                          ou seja:
                            ainda existe gente que
                          canta
                                ainda existe gente que
                            brinca.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

JANELA SOBRE O MEDO

                      A fome come o medo.O medo do 
                     silêncio atordoa as ruas.
                     O medo ameaça.
                     Se você amar, vai pegar aids.
                     Se fumar , vai ter câncer.
                     Se respirar, vai se contaminar.
                     Se beber, vai vai ter acidentes.
                     Se comer, vai ter colesterol.
                     Se falar, vai perder o empergo.
                     Se caminhar, vai ter violência.
                     Se pensar, vai ter angústia.
                     Se duvidar, vai ter loucura.
                     Se sentir, vai ter solidão.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

JANELA SOBRE A PALAVRA (VI)

                  A letra A tem as pernas abertas.
                  A M é um sobe-desce que vai 
                  do céu ao inferno.
                  A O, circulo fechado,
                  asfixia.
                  A R está evidentimente grávida.
                 __Todas as letras da palavra 
                    AMOR
                 são perigosas__comprova
                 Romy Díaz-Perera.
                Quando as palavras saem da boca,
                ela as vê desenhadas no ar...

domingo, 5 de setembro de 2010

JANELA SOBRE UMA MULHER (1)

Essa mulher é uma casa secreta.
Em seus cantos,
guarda vozes e
esconde fantasmas.
Nas noites de inverno,
jorra fumaça.
Quem entra nela, dizem,
não sai nunca mais.
eu atravesso o fosso profundo que
a rodeia.
Nessa casa serei habitado.
Nela me espera o vinho que me
beberá.
Muito suavemente bato na porta,
e espero.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

ESTÉRIL(PARTE 1)

Não produzir rosas.
Nunca produzir vidas.
Jamais unir corpos.
Infecundar corações.

         Nascer uma flor anônima.
         Neutralizar o sangue.
         Germinar apenas a imóvel pedra.

Invisível homem salta abismos.
Humanizar formas indiscretas.

                                         Tornar-se

                           inútil      decaente            deserto

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

LÚCIDO ABISMO

De tudo que ouvi
atravessando os
sepúlcros falantes.
Sempre pude reter uma 
desesperança.Sempre
pude ouvir sussurros de
desespero.
De tudo que senti
atravessando um céu
de desamparo.
Sempre pde reter
a chaga invisível e
ver a agonia prendendo-se a
minha pura essência.
De tudo que fiz,
minha pura criação
foi a imagem do sonho
esquecido...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ESTÉRIL(parte 2)

Fiz uma canção,
sem letra,
sen música,
sem nada.
Fiz um mundo,
sem cor,
sem vida,
sem nada.
fiz os olhos,
cegos.Fiz a paz,
irreal.
fiz o céu
sem estrelas,
sem luz
sem nada.
fiz o nada
com minhas hábeis mãos,
e produzimais do que
o invisível.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

DOCE MEDO

Todas ás vezes que vens é como se fosse a última.
Todas ás vezes que vais 
sinto medo da dor da tua ausência.
Mesmo gravado em teu coração
sinto medo de que me perdas
dentro de teus olhos.
Tenho medo de cessar essa vontade de desejar-te
a cada momento.
És dona de tudo que tanto receio 
e tanto quero ter.
Mais do que da morte
tenho medo de que me deixes.
Somos o mesmo espírito
completando-se 
na oposição de nossas
almas...