LEITORES

terça-feira, 8 de maio de 2012

ABRAÇO

Eu estou esperando por você hoje
aqui, sozinho no chão,
desolado
precisando da sua presença
porque em mim está vazio
e fora mim não há nada...
 absolutamente nada que
vai me fazer querer outra coisa
se não o teu abraço.

Eu chorei, sem tua presença
e me derramei incontidamente
porque suas infantilidades me fizeram sofrer.

Mas você é como uma droga
ma fascina, me prende,
e por mais que eu diga:
_ Não... eu naõ quero!
É da boca pra fora!
você me feriu com o silêncio
e continua me ferindo com sua distância.

Por que?
pra me fazer entender que não vivo sem você?

Eu entendo!
da pior maneira possível.

sábado, 5 de maio de 2012

O BEIJO

Há tanto tempo
esse beijo me persegue
e me prende às amarras
da lembrança inútil
de uma época distante.

Lembro-me daquela noite:
a chuva caía, pura,
o céu estava negro
e o sentimento que nos cercava
era tão intenso
que o sinto até hoje.

O beijo foi um detalhe,
entre tantos outros que marcaram aquela noite,
ela me olhava nos olhos
e eu fazia-lhe um carinho na face.

Fez-se um breve silêncio
e de repente tudo a minha volta
não tinha mais importância,
não sentia mais a chuva que me molhava
nem o frio do vento que soprava....

Nesse momento:

O BEIJO ACONTECIA.

ESTRANHOS SUBURBANOS

Toda monotonia suburbana
se transfere para os corpos dos
estranhos que cruzam essas vielas
fétidas e inóspitas.

Estranhos que veneram uma vida
loucamente impossível e esperam
que um dia aconteça o desabrochar do destino.

Estranhos suburbanos que levam
seus caminhos ocultos na vigília da noite
e durante o dia são como se fossem
meros mortais: espelhos lúcidos e inúteis.

Não sei se são culpados ou cúmplices,
carregam o silêncio opaco e aberto,
levam entre-face cicatrízes invisíveis
e no corpo carregam a usual tatuagem anarquista.

Eles estão além da memória
ausentes da vida e da palavra.
Seres inteligíveis.

terça-feira, 1 de maio de 2012

JANELA SOBRE O ROSTO INVISÍVEL

Tudo tem
Todos temos, rostos e marcas.
O cão e a serpente e a gaivota
e você e eu,
quem vive e quem viveu
e todos os que caminham,
se arrastam ou voam:
todos temos rostos e marcas.

Os maias acreditam nisso.
E acreditam que as marcas,
invisíveis,
são mais rostos do que o rosto
visível.
pela marca
         conhecem 
                       você...